sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Se há conto é porque existe ponto - e vice-versa

Mesmo num único ponto, há muitos contos


É tanto conto para explicar um ponto


Que quando se começa um novo conto


Já até se esqueceu do próprio ponto




Suposta explicação:
Todo e qualquer assunto, desde debates filosóficos, papo de boteco, uma intriga, reuniões estratégicas até decisões parlamentares tem uma premissa para se atingir um raciocínio e chegar há uma conclusão ou objetivo. Neste caso, o objetivo é o ponto ao qual se refere o texto, sendo que todo objetivo é precedido de uma série de raciocínios e esforços que podem contribuir ou não para se chegar há uma conclusão.


Quando se diz: "Que quando se começa um novo conto/Já até se esqueceu do ponto" o texto traz o ato do convencimento pelo convencimento, por exemplo, quando um advogado de defesa já sem provas e argumentos tenta ainda reverter a situação, ou mesmo,numa briga de casal que ambos insistem em continuar a discussão sem mesmo nem se lembrarem do(s) motivo(s) que provocaram a discórdia.


De um outro ponto-de-vista, o pequeno texto, com expressões bastante genéricas, tenta retratar as diferentes justificativas para o inexplicável, como por exemplo, a enganação sem fundamentos, a crença defendida de forma cega e prepotente, a tentativa do argumento sem contestações, o preconceito que não apresenta uma lógica real etc.


De qualquer modo, embora o texto originalmente refira-se aos argumentos verbalizados, também tem em sua interpretação o sentido que tudo possa ser remetido há conjunto de origens, a exemplo de sentimentos que muitas vezes nunca se tem uma explicação, pelo menos convincente. Indo um pouco mais além, o próprio pensamento é a soma de um conjunto de precedentes, é importante destacar isto, pois o pensamento é base dos argumentos e dos sentimentos, que por sua vez, o sentimento é a base das ações.


Para traçar um paralelo, cito alguns pensamentos já de conhecimento do grande público, como o princípio da Ação e Reação, preconizado como a terceira lei de Newton e outra citação, esta tenho maior identificação, é a dialética hegeliana, que diz: tese + antítese = conclusão. Conclusão esta que gera uma nova tese: ponto, estabeleceu-se um processo cíclico e infinito. A dialética se faz realmente encantadora, pena que pode ser uma poderosíssima arma usada tanto a favor do bem, quando do mal... mas talvez seja isto que explique seu encanto.


Por fim, o texto talvez seja o óbvio visto de uma forma poética.


Observação: o texto é praticamente composto por versos alexandrinos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário