São grandes as dívidas que o Brasil tem para com sua população mais vulnerável.
O descaso atribuído ao trabalho operacional se deve à associação com a exploração da mão-de-obra negra, que foi cruelmente escravizada durante séculos e deu sustentação à economia coloquial. A elite colonial seguida da elite oligárquica deixou o legado de que o trabalho braçal deveria ser exercido por “inferiores” cabendo o trabalho intelectual aos mais competentes. Mais “aptos” como propõe o darwinismo social. Além da exploração física estava atrelado o tormento psicológico, com o discurso de que o negro não possuia alma.
O povo brasileiro é expressamente miscigenado e proprietário de uma rica cultural. Boa parte desta cultura é oriunda das tribos africanas, como por exemplo, a capoeira, rituais religiosos, culinária, entre outras influências. Não há como negar a importância da cultura negra para a formação da nossa gente.
Como brevemente contextualizado, as dívidas sociais com os afro-descendentes possuem raízes históricas. Porém, durante o século XX alguns passos decisivos foram dados no sentido de se atenuar tais diferenças raciais. O maior deles veio com a constituição de 1988 que regulamentou o racismo como um crime inafiançável. Os movimentos populares também fazem seu papel e levantam a bandeira da igualdade racial. Saudações à UNEGRO (União de Negros pela Igualdade).
De 88 para cá, vários avanços estão sendo conquistados. Sistema de quotas que possibita o acesso à democratização nas universidades. Embora haja polêmica em relação ao assunto, meu ponto-de-vista é que o momento é para que pessoas que a vida deu caminhos diferentes, mais espinhosos, sejam tratadas também com oportunidades diferentes no intuito de se remediar problemas imediatos. Para posteriormente, com uma sociedade que apresente maior grau de maturidade em relação ao conceito de igualdade, possa-se formular novos modelos de acesso ao ensino superior.
A comemoração do Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro representa outro grande avanço no debate sobre a igualdade racial.
Atualmente as políticas de inclusão do governo federal levam em consideração as comunidades tradicionais, como os indígenas e os povos quilombolas, e ainda os reconhecem como patrimônio nacional.
Recentemente, no dia 19 de julho, o presidente Lula sancionou o Estatuto da Igualdade Racial e criou a Universidade Luso-Afro-Brasileira, que será instalada no Estado do Ceará e contemplará alunos brasileiros e de países parceiros.
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